(...) Não percebes. Não percebes que frias
são as mãos de quem triste tem o coração, por não ser amado como é. Frias são
as mãos que deixam escapar por entre os dedos aquilo que, na verdade, nunca
agarraram como seu. Nunca acreditaram e deviam ter acreditado. Deviam ter
acreditado porque sempre souberam o que queriam. Sempre souberam que te
queriam.
E hoje escapas assim, como se fosses
grãos de areia, a querer voltar para esse areal maior. Aí és tão igual e, para
mim, és tão diferente. Tão único. Dono de tão prezada singularidade. Tão autêntico. Sempre
foste.
Não encontra par a tua genuinidade,
simplicidade e bom coração. Nada se assemelha ao brilho que tomam os teus olhos,
quando os teus pensamentos te conduzem o tímido sorriso à mais descabida das
gargalhadas. Nada iguala o teu jeito pouco preocupado de ser. Feliz. Talvez.
E é querer-te assim, como quem quer a
água para a sede, a framboesa para o chocolate, a menta para o tabaco, o pão
para a fome. E é querer-te assim, cultor dessa arte que é sentir, sentir não
por querer, mas por sentir, sem dor, medo ou repulsa. Ouvinte da mais
atabalhoada das confissões. Cor numa folha coberta de cinza. Ponto de luz que guia,
de todas, a mais cega.
(…) Aquecessem estas mãos, não por te
querer, mas por ter a força de te agarrar. A mesma força que têm os
pensamentos, o coração. Porque neles…neles tu foste meu. És meu. Serás meu.
Venha deles a coragem para me agarrar a ti.
Violeta,
8 de Fevereiro de 2014
ADORO!!! :D Escreves tão bem, estou maravilhada!
ResponderExcluirObrigada Daniela! :) Eu também gosto pouco do que escreves. Espero novidades no teu espacinho. ;)
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