sábado, 8 de fevereiro de 2014

Mãos frias, coração quente, amor para sempre.





(...) Não percebes. Não percebes que frias são as mãos de quem triste tem o coração, por não ser amado como é. Frias são as mãos que deixam escapar por entre os dedos aquilo que, na verdade, nunca agarraram como seu. Nunca acreditaram e deviam ter acreditado. Deviam ter acreditado porque sempre souberam o que queriam. Sempre souberam que te queriam. 

E hoje escapas assim, como se fosses grãos de areia, a querer voltar para esse areal maior. Aí és tão igual e, para mim, és tão diferente. Tão único. Dono de tão prezada singularidade. Tão autêntico. Sempre foste.

Não encontra par a tua genuinidade, simplicidade e bom coração. Nada se assemelha ao brilho que tomam os teus olhos, quando os teus pensamentos te conduzem o tímido sorriso à mais descabida das gargalhadas. Nada iguala o teu jeito pouco preocupado de ser. Feliz. Talvez.

E é querer-te assim, como quem quer a água para a sede, a framboesa para o chocolate, a menta para o tabaco, o pão para a fome. E é querer-te assim, cultor dessa arte que é sentir, sentir não por querer, mas por sentir, sem dor, medo ou repulsa. Ouvinte da mais atabalhoada das confissões. Cor numa folha coberta de cinza. Ponto de luz que guia, de todas, a mais cega.

(…) Aquecessem estas mãos, não por te querer, mas por ter a força de te agarrar. A mesma força que têm os pensamentos, o coração. Porque neles…neles tu foste meu. És meu. Serás meu.
Venha deles a coragem para me agarrar a ti.

Violeta,
8 de Fevereiro de 2014