quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Para o dia dos namorados


 
Já pensaram na prenda que vão oferecer a cara-metade? Ainda não? Então estão a espera do quê? A sociedade apressada na qual vivem não vos ensinou a preparar ocasiões como esta, no mínimo, com dois meses de antecedência?

Assusta-me. Assusta-me que o Natal que se comece a preparar em Outubro, quando na televisão passam os primeiros anúncios da Ferrero Rocher. Não acho bonito que as fatiotas do Hallowen, essa tradição que tão pouco nos diz, ou pelo menos dizia, se misturem com os chocolates, os perfumes e a bonecada que irá servir de presente de Natal. Não e justo que nos tentem acender o espirito natalício antes mesmo das velas, que deixamos nos cemitérios, no dia de todos os santos, se apaguem. E é assim o ano todo. Antes do dia de Reis chegar, já mil e um coração enfeita a montra da loja da esquina. Ainda os restaurantes e os quartos de hotéis não receberam os casais apaixonados e já o Coelhinho da Páscoa está em todos os supermercados, bem perto dos biquínis brasileiros que nos lembram que as férias não estão longe, e das mochilas que nos recordam que o descanso não é para sempre.

E assim se passa um ano, dois e três. Comprime-se o tempo. Envelhece-se mais depressa. Vive-se em função do amanhã, desaproveita-se o hoje, repudia-se o ontem.

Tenho cá para mim que nunca o Carpe Diem esteve tão fora de moda.
 
Andreia Moreira
 
 

 

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