domingo, 14 de outubro de 2012

Sunday, dear sunday

O domingo é um dia aborrecido.

Sair de casa ao domingo? Isso é só para quem tem paciência de santo. Ao domingo os limites de velocidade são cumpridos. Ninguém circula a mais de 40Km/h, as rotundas são aproveitadas para ver as vistas e as autoestradas estão vazias.
 Ao domingo enchem-se os centros comerciais. Não quer isto dizer que a crise acabou e a carteira dos portugueses voltou a ter euros suficientes para comprar grande parte do que se vê. Ver as montras ainda é o passatempo preferido de muito boa gente. Ao domingo enchem-se os autocarros, comboios e metros (não escapa nada). Os velhinhos, que já não esperam a visita dos filhos e netos, vão até ao fim de uma qualquer linha e voltam assim que lá chegam. Os casais domingueiros, que trocam juras de amor eterno porque nada mais têm a dizer, lá vão, mais uma vez, para o passeio no jardim do costume. Talvez lanchem numa qualquer pastelaria lá mais para o final da tarde.
Os parques infantis estão cheios. Os pais lá arranjaram maneira de entreter os miúdos. O Phineas e Ferb já não os ocupam a tarde toda.
Pobre daquele que tem de trabalhar ao domingo. Pôr o pé fora de casa e esbarrar num cenário destes é duro.
Feliz daquele que tem de trabalhar ao domingo, mas pode fazê-lo em casa. Como toda a gente resolve sair de casa, fica a paz, o sossego, o silêncio (e que bem que ele sabe). Fica o cobertor para aquecer o corpo, o café bem quente para elevar o espírito e o livro aberto para alimentar a alma. Pena a chuva não bater na janela, mas já não posso pedir mais. Que bem que sabe um domingo assim.
Andreia Moreira

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