As tatuagens são
marcas que, deliberada e indelevelmente, ornamentam o corpo. Esta forma de
inscrição corporal, que esteve durante longos anos exclusivamente associada ao
operariado, aos reclusos, aos jovens delinquentes ou a outras figuras ligadas
aos guetos criminalizados e marginalizados, difunde-se hoje um pouco por todos
os grupos da sociedade.
As marcas corporais deixaram de
ser um privilégio exclusivo dos grupos sociais ditos “alternativos” ou “marginais”
e passaram a ser ostentadas por homens e mulheres de estatutos e grupos sociais
diversos. Todavia é consensual que o uso de marcas corporais, neste caso
específico, de tatuagens, apesar de se ter assistido a uma relativa
democratização, com a emersão das “sub - culturas”, “contra-culturas” ou
“tribos urbanas”, continua a não ser um assunto socialmente pacífico, nem mesmo
em Portugal (o dito país dos brandos costumes).
O uso da tatuagem continua a ser
facilmente associado à criminalidade e à delinquência, prova disso são as
senhoras que agarram as suas malas, com toda a força e pouca delicadeza,
quando, na rua, se cruzam com um sujeito tatuado, ou todos aqueles que, mesmo
tendo perdido a fé aos 12 anos de idade, erguem a prece: “ e livrai-nos de todo
o mal. Ámen.”. Há mesmo quem chegue a encarar a tatuagem como um sinal de
criminalidade inata. Para muitos ela põe a nu a insensibilidade dos
“criminosos” face à dor e o seu gosto pelo ornamento.
Ignora-se, talvez vezes de mais,
a possibilidade da tatuagem poder ser uma marca na pele, do traço que na
personalidade está bem vincado.
P.S.: Porque é de tatuagens e do seu poder de comunicar que estamos a falar deixo-vos a apresentação de um dos meus filmes preferidos (American History X) na esperança que esta vos deixe com vontade de ver o filme na sua totalidade. Tirem as vossas conclusões, formulem as vossas opiniões. Desfrutem. :)
Andreia Moreira
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