Aos vinte e tal
anos o dia do aniversário deixa de ser o dia mais desejado do ano. Parabéns é
só a palavra que lembra que estamos mais velhos e não aquela que nos alegra
porque o dia em que vamos ter a carta de condução na mão está mais perto.
Aos vinte e tal
anos beber um copo é a solução para ter companhia, tomar um café é a desculpa
para dois dedos de prosa. Sair três vezes por cada fim-de-semana pode ser
cansativo e o salário que as pessoas que têm vinte e tal anos recebem é pouco
para um fino ao final da tarde, quanto mais para uma longa noite regada a sete
vodkas.
Aos vinte e tal
anos o círculo de amigos é mais fechado. As multidões tornam-se incómodas. As
gargalhadas são mais genuínas e as lágrimas, apesar de serem menos, carregam
mais dor.
Carreira,
créditos, casa, carro, dinheiro, são palavras que assumem um novo significado
quando se tem vinte e tal anos. Os amigos, as namoradas dos amigos e os seus
planos de casamento assustam quem tem vinte e tal anos.
Aos vinte e tal
anos já ninguém acredita que pode mudar o mundo, mas ainda poucos se
convenceram que não têm super poderes.
Aos vinte e tal
anos... bem, aos vinte e tal anos pensa-se nos quinze e nos dezasseis como se
tivessem sido ontem, o que quer dizer que os trinta vêm amanhã, assim, sem
pedir licença, num abrir e fechar de olhos.
Andreia Moreira
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